Ricardo Herz

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Edição e entrevista:

Ivanildo Jesus

Participação:

Ana Abrantes

Design:

Kas Hoshi e Victor R. Rodrigues


 

            Quando falamos de violino é comum que pensemos na imagem do violinista clássico/erudito. Essa terminologia esconde por base alguns conceitos e pré-conceitos. Na história da música chamamos de clássico o período que se estende do Séc. XVIII ao XIX. No caso da música europeia, marcado por compositores como Haydn, Mozart e Beethoven, também conhecidos como a primeira escola de Viena. Isso tudo para te dizer que, chamar um violinista de clássico, quer dizer que sua formação descende dessa tradição musical europeia. Vislumbrar a musicalidade além do eurocentrismo é tarefa que exige do ouvinte certo grau de desprendimento.   Então o correto seria chamá-lo de músico erudito?  Outro termo prenhe de problematizações, a erudição diz respeito tão somente à inclinação sem reservas do estudioso ao seu objeto de estudo. Localizar alguns violinistas como eruditos, em detrimentos de outros, é dar margem à vã interpretação.

            Há tipos diferentes de inteligência, e sobretudo, tipos diferentes de áreas de estudo e, portanto, escopos distintos de erudição. Nem só de música eurocêntrica vive o homem, mas também, dizem alguns, de xote, xaxado, baião e arrasta-pé. Darcy Ribeiro cunha o termo Brasis para falar da multiplicidade de culturas que se chocam e entrechocam, na tentativa de formar o que nós chamamos de nação. Esses choques e entrechoques produzem cultura musical diversa e ampla. E claro, um instrumento maravilhoso e intrometido como o violino, não poderia ficar de fora dessa dança. 

Um violinismo erudito que dedica o esforço de seus estudos a adentrar o maravilhoso universo dos ritmos brasileiros, encontra sua base nas mãos hábeis do músico Ricardo Herz. Ricardo começou suas aulas de música aos dois anos, aos seis foi mordido pelo violino. Estudou com nomes como a grande professora Elisa Fukuda, integrou a Orquestra Experimental de Repertório e fez o bacharelado de violino na USP, tudo isso sua formação clássica e erudita. O músico que tinha tudo para ser um instrumentista sinfônico - preso à fila de alguma orquestra – resolve se desprender para empreender em outros caminhos; do clássico ao jazz e do jazz ao forró. 

Aluno de Didier Lockwood e egresso da Berkley School – Ricardo tem se consagrado como referência em uma área pouco explorada; a área do violinismo brasileiro. Para sobreviver em um país de viralatismo, Herz é também produtor, compositor, arranjador, sonoplasta e professor e hoje conversará conosco falando um pouco sobre a beleza do seu som.

            Nos acompanha nessa conversa, a Dra. Ana Cristina Abrantes, diretora na Sphinx Organization.