Musicalização: Um privilégio de classe?

Cada custo, cada dúvida, cada escolha e renúncia que levam o executante à busca pelo aprimoramento, são despesas às vezes não contabilizadas nas somas da do entusiasta, ou do ouvinte. Tocar bem, produzir um som bonito, é caro. Custará não só seu esforço, mas também um significativo valor sentimental e monetário.  Volto à máxima liberal “ Não existe almoço de graça.” Qual o preço da beleza do som? Quanto custa a formação de um músico? Seja popular ou erudito. Quando há investimento público, de que forma esse valor retorna para a sociedade? Com todas essas dúvidas e custos, nos perguntaremos da validade dessa aventura. Quando se nasce em um meio com privilégios, fazer aulas de música, ter bons instrumentos, incentivo para o estudo, é uma simples “opção”. Quando não há privilégios, tornar-se músico é quase um ato de rebeldia, ou de demasiada coragem.  Será o processo de musicalização, formação e aperfeiçoamento do esteta sonoro, um fetiche de classes elevadas? E a possibilidade de democratização de acesso, não mais que uma infâmia. Ou, é oferecer mesmo à quem não tem condições, o contato com arte. Possibilitando seu desenvolvimento, e a quem o cerca, a oportunidade de se sublimar com a beleza do som, deixando o mais rico, somando-o com sua diversidade